A UFRJ poderá ter seu primeiro reitor negro depois de 103 anos.
- Dine Estela
- 22 de mar. de 2023
- 4 min de leitura

No clima dos grandes grêmios estudantis, com palavras de ordem contra o racismo e muita emoção, foi lançada nesta terça, 21, no campus do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - IFCS/UFRJ - Largo São Francisco de Paula, a primeira candidatura negra da UFRJ em 103 anos de existência. A Chapa 20 que apresenta o lema: RESENHA DO A UFRJ: DEMOCRACIA, AUTONOMIA E DIVERSIDADE é composta pelos professores doutores: Vantuil Pereira e Katya Gualter. As eleições acontecerão nos dias 25, 26 e 27 de abril. Conheça um pouco mais sobre os candidatos em nossa página:
O professor Vantuil promete um programa anti-racista. Vantuil destaca a importância de tornar a universidade federal mais acessível aos estudantes negros e periféricos. “Depois d 100 anos vamos lutar para colocar nosso compromisso é trabalhar junto tanto com o corpo docente quanto com o corpo discente.
O professor do programa de pós-graduação em história comparada da UFRJ, Prof. Pós Doc. Babalawo Ivanir dos Santos, além de apoiar a causa, também tornou-se um dos principais cabos eleitorais dos candidatos. Tem aparecido em eventos públicos com os candidatos e os apresentado a diversos amigos e correligionários. ”A UFRJ é uma referência, sendo considerada uma das melhores universidades do Brasil e do mundo. Depois desses anos malignos que passamos no Governo Federal, em particular com o desmonte da Educação, da Cultura e dos Direitos dos Seres Humanos em geral e dos Trabalhadores em particular; faz-se necessário abrirmos as janelas da alma e das Instituições para que o ar fresco possa trazer-nos o futuro. Por isso, nas próximas eleições para a Reitoria, que ocorrerão no dia 25 de abril, nós do Coletivo de Docentes Negros da UFRJ lançamos uma chapa cujo candidato a Reitor, Vantuil Pereira, e Vice-Reitora, Katya Gualter, são ambos pretos. Temos a convicção de que um novo olhar sobre a UFRJ em particular, e a Universidade Pública no Brasil em geral, trará um salto qualitativo nas relações de respeito, tolerância, combate ao preconceito e avanço acadêmico e social", destacou.
A chapa será lançada oficialmente em uma data histórica, como lembra o professor. "Em 21 de março de 1960, aconteceu o Massacre de Sharpeville, em Johanesburgo, África do Sul, onde morreram 69 pessoas e cerca de 180 ficaram feridas. Momento em que a opinião pública do mundo passou a protestar com mais intensidade contra o apartheid. Nove anos depois, a ONU implementou a data como Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Neste meio tempo, em 1965, outra importante conquista: As marchas de Selma a Montgomery, no Alabama, EEUU – realizadas pelo Pastor Martin Luther King Jr, mas com amplo apoio da sociedade – acontecidas três vezes, sendo a primeira conhecida como “Domingo Sangrento”, e que acabaram por aprovar a Lei dos Direitos ao Voto dos Negros naquele ano.
Vantuil Pereira é decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Professor Associado III do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida (NEPP-DH), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi diretor entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2021.
Foi Vice-Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (2018-2021); membro do Conselho Universitário (Consuni), desde dezembro de 2020.
Ministra aulas de graduação e de pós-graduação na área de políticas públicas em Direitos Humanos, com ênfase em relações raciais.
Desenvolve pesquisa sobre questões raciais no Brasil e políticas públicas. No NEPP-DH foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos (PPDH) entre 2015 e 2017.
É um dos coordenadores do Observatório de Ouvidorias, do grupo Primeiro Reinado em Revisão e membro do Grupo de pesquisa História, Poder e Ideias Políticas.
Foi coordenador do grupo de pesquisa Memória, História e Lutas Sociais Contemporâneas.
É autor dos livros "Ao Soberano Congresso - Direitos do cidadão na formação do Estado Imperial brasileiro (1822-1831)" e "O Brasil e o exterior: Estado, instituições e intelectuais na relação com o outro (secs XIX e XX)".
As principais áreas de interesse são: cidadania, Direitos Humanos, questões étnico-raciais, quilombos, movimentos sociais, cultura subalterna, identidade e Estado, Escravidão, Política Externa e poder no Brasil do século XIX, memórias e lutas sociais contemporâneas e poder/agência negro contemporâneo.
Katya Gualter é doutora em Artes da Cena pela UNICAMP, Mestre em Tecnologia Educacional e Licenciada em Educação Física pela UFRJ, atua no cargo de Diretora da Escola de Educação Física e Desportos da mesma universidade e como Professora do Departamento de Arte Corporal (Núcleo de Criação, Ensino e Pesquisa em Dança).
Atuou como Chefe do referido Departamento, membro da equipe proponente dos Cursos Novos Noturnos de Licenciatura em Dança e Bacharelado em Teoria da Dança da UFRJ e membro dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs) das Graduações em Dança da UFRJ (Bacharelado em Dança, Bacharelado em Teoria da Dança e Licenciatura em Dança).
É também fundadora e diretora do Grupo PECDAN (PEsquisa em Cinema e DANça)/UFRJ e integra a equipe coordenadora do setor Dança e Cinema das Graduações referidas. Diretora e produtora executiva de ensaios audiovisuais. Idealizadora e facilitadora: 1- Ciclo de Oficinas: Criações em Dança&Audiovisual, Danças dos Orixás: poéticas em construção; 2- Laboratórios de pesquisas corporais e experimentações audiovisuais. Autora de artigos sobre a Dialogia Dança&Audiovisual a Luz dos Mitos dos Orixás e Simbologias da Pombagira; Organizadora de Anais; Idealizadora e Produtora de eventos.
Informações coletadas do Lattes em 03/09/2022
Na chapa adversária estão o professor Roberto Medronho e a professora Cássia Turci chapa “UFRJ para Todos: Autonomia, Inclusão e Inovação”.
Roberto é professor titular da Faculdade de Medicina (FM). Hoje é coordenador do Laboratório de Epidemiologia das Doenças Transmissíveis. É também doutor e mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Graduado em Medicina pela UFRJ, o pesquisador fez residência médica em Medicina Preventiva e Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e em Pediatria pelo Hospital Federal da Lagoa. Foi diretor da FM de 2011 a 2020 e coordenou o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 da UFRJ (GT-Coronavírus). Veja currículo completo.
Cássia Turci é professora do Instituto de Química | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)
Cássia é professora titular do Instituto de Química. Atualmente, é decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). É doutora em Físico-Química pela UFRJ, com período sanduíche pela Universidade Mcmaster (Canadá), onde também fez seu pós-doutorado. Mestre em Química pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), tem três especializações, entre elas uma na área de radiação pelo Centro Internacional de Física Teórica (Itália). A pesquisadora é graduada em Engenharia Química pela Escola de Engenharia Mauá. Foi diretora do Instituto de Química de 2004 a 2012 e de 2013 a 2017. Veja currículo completo.
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