O Choque de Queimados está de luto
- Dine Estela
- 23 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 23 de abr. de 2021
Lucileia criou o famoso sistema de telemensagens Emoções em Queimados na década de 90 e virou empresária de sucesso.

A mãe do fundador do Choque de Queimados, Hélio Junior veio a óbito na manhã deste sábado, por volta das 6h da manhã no hospital Pedro Ernesto, vítima da Covid-19. A empresária Lucileia de Souza Gaudêncio, 58 anos, deu entrada na Upa de Queimados na terça (13) com febre e mal estar generalizado. A suspeita dos médicos era de que ela poderia ter se contaminado com bactérias encontradas na água da Cedae, no entanto, não foram feitos testes que comprovassem esta suspeita.
Com o agravamento dos sintomas característicos de Covid-19, dona Lucileia foi levada para a Central de Covid (anexo ao CETHID) na quinta (15), na Central ela passou por um exame de tomografia computadorizada que já revelou comprometimento de 50% dos seus pulmões, agravado à baixa saturação de oxigênio no sangue que estava em 87%, ficou constatada a contaminação pelo vírus.
Mesmo apresentando melhoras na sexta com saturação subindo para 98%, ela voltou a piorar na semana seguinte, na terça já foi para a entubação na própria central de triagem e na quarta (21) foi transferida para o hospital Pedro Ernesto, Rio. O sepultamento será neste domingo, às 14h:30min no cemitério Vale da Saudade, bairro Jaqueira, restrito apenas a familiares. Lucileia deixa 4 filhos ( 3 homens e 1 mulher) e 2 netas (11 anos e 01 ano).

Helio chegou a sentir-se mal e nem conseguiu estrear sua participação na bancada do Cidadania Ativa da rádio Novos Rumos, que seria na quinta, mas o exame de tomografia não acusou nenhum problema em seus pulmões e ele já está se sentindo melhor.
Memórias

Lucileia foi uma empreendedora na década de 90 na cidade de Queimados, lembra o filho, Helio:
-Ela começou com mensagens telefônicas em 1999 e um ano depois fez aquelas mensagens ao vivo. De 2000 até 2008. Depois ficou só com as telefônicas até 2015 mais ou menos, mas era ela que levava aquele carro de som todo iluminado, colocava tapete vermelho, bolas, uma festa na rua né que dava direito até a vestido de gala para fazer as mensagens mais formais, lembra. Durante um tempo tinha o atendimento presencial. Era na galeria em frente ao Novo Mundo, acrescentou.
Helio lembra ainda que a mãe começou na mesa da sala da casa dela com 10 CDs de mensagens gravadas e um aparelho telefônico e conseguiu comprar lojas e duas casas através desse sonho.

-Era muito guerreira. Meu pai biológico abandonou ela com dois filhos, eu com 8 anos e um irmão com 2. Ela fazeia faxina pra criar a gente. Até conhecer meu padrasto. Ela ficou anos tentando empreender de alguma forma, tentou costura, salgadinhos, até que acertou no Telemensagem. Ela imprimia em A4 o telefone do Telemensagem, tirava xerox e ia andando a pé da Vila São ao Centro de Queimados e deixava nos comércios. Assim o telefone começou a tocar.

-Hoje a maioria está noticiando como a mãe do Hélio, acho importante essa visão, mas eu que sou o filho da Lucileia. Observou.
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