O movimento negro nacional perde um grande ícone, Januário Garcia
- Minha Baixada
- 1 de jul. de 2021
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Januário Garcia Filho, 78, veio a óbito nesta quarta (30) por complicações da Convid-19. Ele deu entrada no hospital para tratar um problema de rins, já estava vacinado com as duas doses da vacina contra a Convid, mas mesmo assim, contraiu a doença e não resistiu. Filho de Obaluaê, ligado ao Candomblé, Januário, deixa 3 filhos e netos.
Fotógrafo do movimento negro reconhecido internacionalmente ele deixa um acervo de mais de 100 mil registros fotográficos.
Em nota, o professor Drº. Babalawô Ivanir dos Santos, externou seu pesar com a perda do companheiro de luta contra o racismo no Brasil. “É com pesar e dor que a equipe do CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas vem a público manifestar a imensa tristeza que nos alcança com a morte do companheiro. Januário esteve presente na formulação e ativismo de todas as lutas recentes do Movimento Negro construído, por meio do seu trabalho como fotografo, toda a iconografia da memória das nossas conquistas e adversidades. Mestre exemplar e querido, formou gerações de fotógrafos negros, produziu arte sem desvio da sua consciência e da sua responsabilidade com o seu povo”, destacou.
JANUÁRIO GARCIA distinguiu com exatidão a dialética de Exu da dialética de Marx e outros, por isso o amor e a solidariedade ativa compunham a sua personalidade e conduziam as suas práticas de lutas. “Existe uma história do povo negro sem o Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o povo negro”. (Januário Garcia).
Januário Garcia Filho, natural de Belo Horizonte, nasceu em 16 de novembro de 1943. Foi um fotógrafo brasileiro com extenso trabalho nas áreas de publicidade, música e documentação de afrodescendentes em âmbitos social, político, cultural e econômico.
Além do âmbito profissional, Januário participava de importantes espaços de memória, arte e cultura do povo negro. Foi autor das fotos de capas de álbuns icônicos de artistas como: Gilberto Gil, Tim Maia, Belchior, Chico Buarque e Leci Brandão. Januário teve seu trabalho exposto em países como Canadá, México, Bélgica, Senegal, Togo (República Togolesa), Nigéria, Estados Unidos, Áustria, Japão e Brasil.
Formado em Comunicação Visual pela International Camaramen School com estágio no Studio Gamma sob orientação do fotógrafo George Racz, com cursos de extensões de arte visual, história da arte e Videomaker. Atuou como presidente do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras e foi membro do Conselho Memorial Zumbi. Fonte: Wikipedia.
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