Terreiro em Nova Iguaçu é alvo de vandalismo
- Minha Baixada
- 15 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de jan. de 2021

Edmilson de Souza Furtado, de 50 anos, é o pai de santo da Tenda Espírita Pai Joaquim d'Angola, e atua na área há 18 anos, só de sacerdócio tem 30 anos, do segmento de matriz africana - umbanda. A casa estava em recesso, devido a pandemia, mas Pai Edmilson de Iemanjá (nome religioso), vistoriava com frequência ao templo, para cuidar dos 7 filhos de santo e firmezas (assentamentos de Orixás).
O Pai de Santo já havia percebido pessoas rondando a casa, mas não deu atenção. No dia do crime, uma vizinha próximo, assim que notou o começo de incêndio, avisou ao dirigente e acionou os bombeiros, mas quando chegaram não havia muito o que fazer. Na verificação, percebe-se um buraco nos fundos do barracão, onde se desconfia que tenha começado o incêndio, com evidências de panos queimados, tornando visível o ato criminoso.
Edmilson já sofreu intolerância religiosa na casa, há 4 anos, com uma invasão, contudo conseguiram amenizar, mas essa agora tomou uma proporção muito maior, o incêndio provocou danos incalculáveis. o fogo durou quase duas horas "Queimou tudo, só ficou o quartinho do Orixá e o quartinho de Exu, agora o resto queimou tudo", atesta o Pai de Santo. A casa era dividida em 6 ambientes no total, onde a maior parte danifica foi o conga (altar), as imagens religiosas e o trocador de roupa.
Região da Baixada Fluminense, vem liderado, infelizmente, os maiores casos de intolerância religiosa, mesmo depois de várias denúncias na Prefeitura de Nova Iguaçu, até Ministério Público Federal teve que intervir para que o Poder Público pudesse agir, várias encontros foram realizados e algumas ações, mas os casos persistem.
O Pai de Santo, irá na Decradi - Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, na quarta (dia 9), para fazer ocorrência. O caso chegou a CCIR, através da Agen Afro, mídia militante que sempre traz à tona casos de intolerância religiosa.
"Em momentos de extrema angústia e incertezas, tal como estamos vivendo e passando diante da pandemia da Covid 19, a fé e a espiritualidade é mais uma vez ultrajada. Não podemos nos calar, é muita falta de respeito. As autoridades competentes precisam agir, combater e dar respostas rápidas. Até quando isso?", indaga o interlocutor da CCIR, Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos.
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